The National Times - Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina

Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina


Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina
Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina / foto: © AFP

O presidente Donald Trump ordenou que as Forças Armadas combatam os cartéis da América Latina designados pelos Estados Unidos como "organizações terroristas" globais, anunciou nesta sexta-feira (8) a imprensa americana.

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Trump trava uma guerra contra esses cartéis, principalmente para tentar coibir o tráfico de fentanil, opioide que causou quase 50 mil mortes por overdose em 2024 nos Estados Unidos.

Em fevereiro, o presidente americano classificou como "organizações terroristas globais" oito grupos ligados ao crime organizado da América Latina, entre eles o Cartel de Sinaloa, do México, o venezuelano Tren de Aragua e a gangue MS-13. No mês passado, adicionou a essa lista o Cartel de los Soles, liderado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, segundo Washington.

Veículos americanos afirmam que Trump assinou em sigilo um decreto para ir mais longe. Citando fontes anônimas, o jornal New York Times afirmou que o presidente ordenou ao Pentágono que comece a usar a força militar contra esses cartéis.

O Wall Street Journal, que citou um funcionário, afirmou que Trump se limitou até o momento a pedir ao Departamento de Defesa que prepare opções. Uma delas consistiria em usar forças especiais e unidades de inteligência, embora qualquer operação aconteceria em coordenação com os países envolvidos, segundo o jornal.

"A principal prioridade de Donald Trump é proteger a pátria, por isso ele tomou a decisão ousada de classificar vários cartéis e grupos como organizações terroristas estrangeiras", ressaltou a porta-voz da Casa Branca Anna Kelly. Em fevereiro, o governo americano ameaçou "abrir as portas do inferno" contra os cartéis, para garantir a segurança na fronteira com o México.

- 'Não haverá invasão' -

"Fomos informados de que haveria esse decreto, e de que ele não tinha a ver com a participação de nenhum militar ou instituição em nosso território", disse hoje a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.

"Os Estados Unidos não virão ao México com militares; cooperamos, colaboramos, mas não vai haver invasão. Isso está absolutamente descartado e, além do que manifestamos em todas as ligações, não é permitido nem faz parte de nenhum acordo", acrescentou Claudia, que ressaltou que as agências dos Estados Unidos com presença no México "são muito reguladas".

A designação de organizações terroristas globais permite o uso de "elementos do poder americano, como as agências de inteligência e o Departamento de Defesa, para atacar esses grupos se tivermos a oportunidade", disse ontem o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em entrevista ao EWTN.

"Temos que começar a tratá-los como organizações terroristas armadas, e não apenas como organizações do narcotráfico", acrescentou Rubio, para quem "já não se trata de uma questão de aplicação da lei, torna-se um tema de segurança nacional".

Congressistas republicanos pressionam por uma conduta mais forte contra o narcotráfico e a violência. O governo Trump aumentou ontem a recompensa por "informações que levem à prisão" de Nicolás Maduro, que acusa de colaborar com organizações ligadas ao narcotráfico.

Segundo a procuradora-geral Pam Bondi, Maduro usa "organizações terroristas estrangeiras, como o Tren de Aragua, o cartel de Sinaloa e o Cartel de los Soles, para introduzir drogas letais e violência" nos Estados Unidos, uma acusação que Caracas chamou de "cortina de fumaça".

Em 2020, os Estados Unidos acusaram formalmente Maduro de "narcoterrorismo".

P.Jones--TNT