
Cientistas trazem mensagem de esperança após volta ao mundo inspirada em Darwin

Os tripulantes de uma expedição científica, que percorreu o mundo inspirada nas viagens de Charles Darwin, retornaram, na quinta-feira (31), à cidade holandesa de Roterdã com advertências sobre as mudanças climáticas, mas também com uma mensagem de esperança.
O majestoso "Oosterschelde", de três mastros, último vestígio de uma frota de escunas holandesas que cruzaram os mares no início do século XX, recebeu as boas-vindas nas docas à altura da proeza de ter percorrido mais de 40 mil milhas náuticas (74 mil quilômetros).
Mais de uma dezenas de embarcações, de veleiros a barcos a vapor, fizeram soar suas sirenes em homenagem ao "Oosterschelde", que também recebeu saudações "com canhões d'água" das embarcações dos bombeiros, enquanto na margem, centenas de pessoas aplaudiam a tripulação.
O "Oosterschelde" seguiu a mesma rota percorrida por Darwin em 1831 e zarpou do porto britânico de Plymouth em agosto de 2023, para uma longa viagem que incluiu as principais etapas da travessia do naturalista britânico a bordo do "HMS Beagle".
Das ilhas Malvinas ao extremo sul da África, das Ilhas Galápagos à Austrália, a viagem seguiu de perto a expedição de Darwin, que inspirou sua revolucionária teoria da seleção natural descrita em sua obra, "A origem das espécies".
A bordo do "Oosterschelde", em diferentes pontos da viagem, embarcaram jovens cientistas, com idades entre 18 e 25 anos, selecionados para estudar uma espécie que Darwin também observou.
Lotta Baten, de 23 anos, passou uma semana no barco e realizou um estudo sobre o impacto do turismo nas florestas de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha.
A jovem afirmou que restam apenas cerca de 4% da floresta que Darwin viu, já que grande parte foi desmatada para o desenvolvimento da indústria turística.
"Não resta quase nada, principalmente das faixas que rodeiam a costa", declarou à AFP a cientista holandesa-alemã.
- "Assumir o comando" -
O coordenador científico Rolf Schreuder, de 55 anos, viu "como o mundo natural se degrada em muitos lugares".
No entanto, Daan van Roosmalen, que iniciou a expedição aos 17 anos e voltou aos 19, ficou com uma mensagem inspiradora, que espera que chegue a outros jovens de sua geração.
"Acredito que é muito importante continuarmos inspirando os jovens a cuidar do nosso mundo, porque somos nós que vamos assumir o comando", afirmou o jovem holandês.
"Ver todos esses jovens conservacionistas dedicando tanto esforço à Mãe Terra (...) Acredito que isso deveria inspirar mais pessoas a também cuidarem do nosso planeta", disse.
R.T.Gilbert--TNT