The National Times - Trump diz que não obteve avanços com Putin sobre Ucrânia

Trump diz que não obteve avanços com Putin sobre Ucrânia


Trump diz que não obteve avanços com Putin sobre Ucrânia
Trump diz que não obteve avanços com Putin sobre Ucrânia / foto: © AFP/Arquivos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não obteve nenhum avanço com o colega russo, Vladimir Putin, para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, após uma conversa por telefone nesta quinta-feira (3).

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A declaração de Trump foi feita no momento em que as negociações de paz lideradas pelos Estados Unidos para encerrar o conflito na Ucrânia, que já dura mais de três anos, estão estagnadas, e depois que Washington suspendeu alguns envios de armas para Kiev.

"Foi uma ligação bastante longa. Falamos sobre muitos assuntos, incluindo o Irã, e também, como vocês sabem, sobre a guerra na Ucrânia. E eu não estou satisfeito com isso", disse Trump.

Ao ser questionado se havia obtido avanços na busca por um acordo para encerrar o conflito, Trump respondeu: "Não, não tive nenhum progresso com ele, de forma alguma."

A opinião de Trump sobre o telefonema foi inusitadamente sombria. Na maioria de suas cinco conversas anteriores com Putin, o presidente americano fez relatos otimistas sobre o progresso rumo a um acordo. No entanto, após uma abordagem inicial mais favorável ao líder russo, ele mostrou uma frustração crescente com Putin.

Nas últimas semanas, Trump rejeitou uma oferta do líder russo para mediar o conflito entre Irã e Israel e pediu que Putin focasse na questão da guerra com a Ucrânia.

Em Moscou, o Kremlin afirmou que a ligação durou quase uma hora e que Putin insistiu em que não abriria mão dos objetivos da Rússia.

"Nosso presidente afirmou que a Rússia alcançará os objetivos que estabeleceu, ou seja, a eliminação das causas profundas que levaram à situação atual", declarou à imprensa Yuri Ushakov, assessor do Kremlin. "A Rússia não abrirá mão desses objetivos", acrescentou.

Moscou exige que a Ucrânia renuncie a ingressar na Otan e garantias de que a Rússia poderá manter os territórios ucranianos anexados, condições inaceitáveis para Kiev e seus aliados.

Putin disse a Trump que a Rússia "continua buscando uma solução política e negociada para o conflito", declarou Yuri Ushakov, assessor de Putin, à jornalistas .

O líder russo "destacou a vontade da parte russa de continuar com o processo de negociação" iniciado em Istambul, onde foram realizadas duas sessões de diálogos diretos russo-ucranianos com poucos resultados.

"Nosso presidente também declarou que a Rússia continuará com seus objetivos, que são a eliminação das causas profundas bem conhecidas que levaram à situação atual", disse Ushakov.

"E a Rússia não vai renunciar a estes objetivos", acrescentou.

A Rússia exige que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões parcialmente ocupadas, além da península da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie a entrar na Otan, todas condições inaceitáveis para Kiev e seus aliados.

- Dúvidas -

A guerra na Ucrânia causou a morte de centenas de milhares de pessoas desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022. Moscou controla agora grandes áreas do leste e do sul do território ucraniano.

Há meses, Kiev e seus aliados ocidentais pedem um cessar-fogo na Ucrânia, ao que Moscou se nega, assegurando que uma pausa nos combates daria aos ucranianos a oportunidade de se rearmarem com ajuda dos ocidentais.

O Kremlin afirmou que Putin também havia "enfatizado" a Trump que todos os conflitos no Oriente Médio devem ser resolvidos "diplomaticamente", depois que os Estados Unidos atacaram instalações nucleares no Irã, um aliado da Rússia.

A conversa aconteceu dias após Washington anunciar a decisão de pausar alguns envios de armas, o que representa um duro golpe para Kiev, que depende do apoio militar ocidental. Nesse sentido, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que viajou hoje à Dinamarca, expressou "dúvidas" sobre a continuidade do apoio americano, e pediu aos europeus que "fortaleçam" a cooperação "dentro da UE e da Otan", duas organizações às quais a Ucrânia pretende aderir. Também reiterou que Kiev sempre apoiou o "cessar-fogo incondicional" solicitado por Trump.

 

Os bombardeios e combates continuaram nesta quinta-feira. Ao menos oito pessoas morreram e uma dezena ficou ferida em vários ataques russos, um deles na cidade de Poltava, e em Odessa, uma importante cidade portuária do sul, anunciaram funcionários ucranianos.

Do lado russo, vários ataques com drones ucranianos durante a madrugada deixaram um morto e dois feridos na região russa de Lipetsk, 400 km a sudeste de Moscou, segundo as autoridades locais.

O Exército russo, que ocupa cerca de 20% do território ucraniano, reivindicou, nesta quinta-feira, a tomada de Milove, cidade fronteiriça na região ucraniana de Kharkiv (nordeste).

Lewis--TNT