The National Times - Zelensky considera um 'sinal positivo' que a Rússia comece a pensar no fim da guerra

Zelensky considera um 'sinal positivo' que a Rússia comece a pensar no fim da guerra


Zelensky considera um 'sinal positivo' que a Rússia comece a pensar no fim da guerra
Zelensky considera um 'sinal positivo' que a Rússia comece a pensar no fim da guerra / foto: © Pool/AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu neste domingo (11) que a Rússia se comprometa a respeitar um cessar-fogo de 30 dias a partir de segunda-feira e declarou sua prontidão para negociações diretas com Moscou, conforme proposto por Vladimir Putin, na próxima quinta-feira em Istambul.

Alterar tamanho do texto:

Ao mesmo tempo, Kiev relatou ataques de drones contra a Ucrânia durante a noite, logo após o fim de uma trégua de três dias declarada unilateralmente por Moscou para comemorar o 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou 108 drones, 60 dos quais foram derrubados.

Zelensky falou poucas horas depois de Putin ter proposto negociações diretas com a Ucrânia em 15 de maio em Istambul, sem se comprometer com o ultimato de cessar-fogo incondicional de 30 dias proposto pelos líderes europeus com o apoio dos Estados Unidos.

"Não faz sentido continuar o massacre por mais um dia sequer. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo abrangente, duradouro e confiável, a partir de amanhã, 12 de maio", declarou o presidente nas redes sociais."A Ucrânia está pronta para se reunir", disse ele.

Em um tom incomum em relação à Rússia, Zelensky disse que vê como um "sinal positivo" que Moscou esteja considerando encerrar a guerra, que começou há mais de três anos com a invasão russa em 2022.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, esclareceu a posição da Ucrânia insistindo que Kiev deve "primeiro" obter um cessar-fogo da Rússia e "depois todo o resto", ou seja, negociações.

Em uma rara demonstração de unidade entre ocidentais, a Ucrânia e seus aliados europeus emitiram um ultimato a Moscou no sábado, sob a ameaça de aplicar mais "sanções massivas" se o Kremlin não aceitar.

- "Negociações sem condições" -

Na manhã deste domingo, o presidente russo propôs negociações "diretas" e "sem condições prévias" com a Ucrânia a partir de 15 de maio em Istambul, embora tenha evitado responder às ameaças.

Em seu discurso matinal no Kremlin, com a presença da AFP, Putin criticou a abordagem de "ultimato" e a "retórica antirrussa" dos aliados europeus da Ucrânia e sugeriu que uma trégua deveria ser acertada com negociações e não antes disso.

O presidente russo pediu "às autoridades de Kiev que retomem as negociações interrompidas em 2022" e enfatizou que não deve haver "nenhuma condição prévia".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou o que poderia ser "um grande dia para a Rússia e a Ucrânia" e disse que quer "continuar trabalhando" com ambos para acabar com a guerra.

Mais crítico foi o presidente francês, Emmanuel Macron, um dos promotores do ultimato, que chamou a proposta de Putin de "um primeiro passo, mas insuficiente" e o acusou de tentar "ganhar tempo".

A cidade turca já sediou negociações entre as duas partes em 2022, durante as primeiras semanas do conflito desencadeado pela invasão russa na Ucrânia, que terminou sem cessar os combates.

Nesta ocasião, Putin não descartou a possibilidade de essas negociações chegarem a um acordo sobre "algum novo tipo de cessar-fogo", mas acrescentou que o objetivo das reuniões deveria ser "eliminar as raízes do conflito".

Com essa expressão, a Rússia frequentemente evoca uma série de recriminações contra Kiev e o Ocidente, que geralmente usa para justificar a invasão. Algumas de suas críticas incluem acusações de "nazificação" da Ucrânia, sua guinada em direção ao Ocidente e a expansão da Otan.

A ofensiva massiva lançada em fevereiro de 2022 deixou dezenas de milhares de mortos e permitiu que a Rússia tomasse quase 20% do território ucraniano.

A chegada de Trump à Casa Branca abalou as coisas, com sua pressão para encerrar rapidamente o conflito e sua aproximação com Putin, que, no entanto, até agora rejeitou os pedidos de cessar-fogo.

O Kremlin se contentou em declarar unilateralmente uma cessação das hostilidades de três dias para marcar o 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista, após um cessar-fogo inicial na Páscoa.

Durante esses três dias, a Ucrânia não relatou nenhum lançamento de mísseis russos de longo alcance contra suas cidades, mas acusou Moscou de centenas de violações na linha de frente.

A Ucrânia não aceitou a trégua russa e exigiu uma trégua de 30 dias. Em uma conversa com Trump na quinta-feira, Zelensky disse que está disposto a negociar com Moscou em qualquer formato.

"Mas para que isso aconteça, a Rússia precisa demonstrar que realmente quer acabar com a guerra, começando com um cessar-fogo abrangente e incondicional", disse ele.

Q.Marshall--TNT