The National Times - Conservador Merz não consegue ser eleito chanceler na primeira votação

Conservador Merz não consegue ser eleito chanceler na primeira votação


Conservador Merz não consegue ser eleito chanceler na primeira votação
Conservador Merz não consegue ser eleito chanceler na primeira votação / foto: © AFP

O líder conservador alemão Friedrich Merz fracassou nesta terça-feira (6) em sua tentativa de ser eleito chanceler na primeira votação no Parlamento, um revés surpreendente que ilustra a fragilidade da coalizão estabelecida com os social-democratas.

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Merz esperava obter a maioria dos 630 votos no Bundestag, mas recebeu o apoio de apenas 310 parlamentares, seis a menos do que o necessário, informou a presidente da Câmara.

Ele enfrentará uma segunda rodada de votação e, caso não obtenha a maioria novamente, o conservador precisará apenas da maioria relativa para se tornar o chefe de Governo da maior economia europeia.

A União Democrata-Cristã (CDU), legenda de Merz, afirmou que espera a organização de uma segunda votação ainda nesta terça-feira, e está conversando com os demais partidos para conduzir o processo.

"Estamos examinando se é possível organizar uma segunda votação hoje (...) Espero que esta tarde tenhamos um chanceler chamado Friedrich Merz", declarou o secretário-geral do partido, Carsten Linnemann, à imprensa.

A temperatura aumentou após o fiasco e o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) não perdeu tempo e pediu novas eleições.

"O senhor Merz deveria renunciar imediatamente e a porta deveria ser aberta para novas eleições em nosso país", declarou Alice Weidel, co-líder da AfD, que foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de fevereiro, e atualmente está lado a lado com os conservadores nas pesquisas.

No sistema parlamentar alemão, os deputados são os que escolhem o chefe de Governo, depois das eleições legislativas.

- Instabilidade e críticas -

O candidato conservador do partido CDU, 69 anos, tinha, a princípio, apoios suficientes de seu partido e dos social-democratas do SPD, com os quais alcançou um acordo para governar em coalizão, para alcançar a maioria.

Mas, para surpresa de todos, ele ficou abaixo do número necessário na primeira votação, algo inédito na história da República Federal da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

Merz foi o vencedor das eleições legislativas de 23 de fevereiro e é visto com esperança em uma Europa desorientada pela política diplomática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mesmo antes de ser nomeado, Merz já enfrenta a irritação de uma parte de seu eleitorado conservador, por flexibilizar recentemente as rígidas normas de endividamento para conseguir financiar o rearmamento e a modernização das infraestruturas do país.

O líder conservador conseguiu modificar as normas com uma manobra hábil no final de março, apoiado pelos integrantes da legislatura anterior, para evitar ser bloqueado no novo Bundestag pela extrema direita e pela esquerda radical.

No plano interno, Merz deseja contra-atacar a AfD com uma política rigorosa na questão migratória.

No novo Bundestag, conservadores e social-democratas somam 328 cadeiras. O líder da CDU precisou de 18 votos entre os apoios esperados nas fileiras deste partido e do SPD, que na segunda-feira assinaram o acordo para o governo de coalizão.

Se Merz obtiver finalmente o apoio de uma maioria relativa dos deputados, ele será confirmado em seguida como o 10º chanceler da Alemanha moderna pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, que o receberá no palácio de Bellevue.

O acordo de coalizão prevê 10 pastas ministeriais para os conservadores, incluindo Relações Exteriores, e sete para os social-democratas, que teriam Finanças com Lars Klingbeil e Defesa, com a permanência de Boris Pistorius, titular sob o governo de Olaf Scholz.

S.Collins--TNT