The National Times - MP espanhol recorre da absolvição de Daniel Alves, alegando 'arbitrariedade'

MP espanhol recorre da absolvição de Daniel Alves, alegando 'arbitrariedade'


MP espanhol recorre da absolvição de Daniel Alves, alegando 'arbitrariedade'
MP espanhol recorre da absolvição de Daniel Alves, alegando 'arbitrariedade' / foto: © AFP/Arquivos

O Ministério Público espanhol recorreu da absolvição de Daniel Alves ao Tribunal Supremo, por considerar que contém conclusões "errôneas" ou "mesmo arbitrárias" e que "condena moralmente" a denunciante de estupro ao não avaliar adequadamente algumas das evidências apresentadas e negar sua confiabilidade.

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Em seu memorando, ao qual a AFP teve acesso, o Ministério Público critica a decisão tomada no final de março pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), acusando-o de ter feito uma "avaliação irrefletida e irracional" de algumas das provas.

Os juízes deste tribunal de apelação anularam a pena de quatro anos e seis meses de prisão imposta a Daniel Alves pelo estupro de uma mulher em 2022, que a Audiência Provincial de Barcelona havia proferido no ano passado, ao considerar que havia "provas insuficientes" na sentença e descrever o depoimento da autora como "não confiável".

Eles também rejeitaram o recurso apresentado contra a primeira sentença pelo Ministério Público, que havia pedido novamente nove anos de prisão para o ex-atleta, e pela acusação particular, que havia pedido 12 anos.

Em seu novo recurso, o Ministério Público considera as conclusões do TSJC "completamente errôneas e irracionais, até mesmo arbitrárias", especialmente no que diz respeito à aparente disparidade entre o comportamento da vítima capturado pela câmera e seu relato.

"Parece reviver o postulado medieval de que 'uma mulher que consente em ficar bêbada com um homem consente em tudo'. Não é o caso; ela apenas consente em ficar bêbada", critica no memorando.

O Ministério Público também questiona se os vestígios biológicos encontrados na boca da vítima comprovam que houve sexo oral. Portanto, a dedução dos juízes de apelação "é completamente arbitrária e cruel para a jovem, que é moralmente condenada e considerada não confiável", afirma.

O incidente ocorreu no banheiro privativo de uma boate de Barcelona na madrugada de 31 de dezembro de 2022, onde a denunciante alegou que o ex-jogador da Seleção a forçou a fazer sexo, que Alves, que mudou sua versão diversas vezes, sempre afirmou ter sido consensual.

A decisão foi duramente criticada por grupos feministas e por vários ministros do governo de esquerda de Pedro Sánchez.

A advogada da denunciante também recorreu da absolvição.

S.M.Riley--TNT