
"Meu maior sonho": Taylor Swift recupera propriedade da sua música

A cantora e compositora americana Taylor Swift anunciou nesta sexta-feira (30) que comprou os direitos de seus primeiros seis discos, pondo fim a uma batalha de seis anos pela propriedade de sua obra.
"Toda a música que eu fiz... agora pertence... a mim", disse a artista em uma carta manuscrita publicada no seu site, na qual agradece aos fãs pelo apoio "apaixonado" durante anos de disputa para recuperar os direitos de seus primeiros álbuns de estúdio depois que a gravadora com quem tinha contrato foi vendida.
Isso inclui "os clipes, os filmes dos meus shows, a arte e a fotografia dos meus discos, as canções não publicadas, as memórias, a magia, a loucura. Cada turnê. O trabalho da minha vida inteira", explicou.
"Dizer que o meu maior sonho se realizou é pouco", disse a superestrela de 35 anos, que iniciou a carreira na música country.
Segundo a revista Billboard, Swift pagou ao fundo de investimentos Shamrock Holdings, o último proprietário da sua música, 360 milhões de dólares (cerca de R$ 2 bilhões) para adquirir os direitos de sua obra.
Esse acordo põe fim a uma batalha pelos direitos de sua música que durou seis anos, desde que, no verão de 2019, o magnata da indústria musical Scooter Braun comprou a gravadora Big Machine, que lançou os primeiros seis discos da artista.
Braun logo a revendeu ao fundo de investimentos Shamrock Holdings por supostamente 300 milhões de dólares (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual).
A megaestrela do pop começou a regravar com grande êxito quatro dos seis primeiros discos que tinham o selo "Taylor's Version", em um esforço para desvalorizar as gravações originais.
Os dois outros, "Reputation" (2017) e o primeiro "Taylor Swift", que já regravou, "podem ter seu momento para reemergir no momento apropriado", se os fãs assim quiserem, assegurou a ganhadora de quatro Grammys de Melhor Álbum, a primeira artista a conseguir o feito, superando Frank Sinatra, Stevie Wonder e Paul Simon.
- "Sem amarras" -
"Tudo que sempre quis foi ter a oportunidade de trabalhar duro o suficiente para conseguir um dia comprar os direitos da minha música sem amarras, sem associações, com total autonomia", escreveu Swift.
A compositora de um dos maiores êxitos do mundo, "All to well", agradeceu o "apoio apaixonado" dos fãs e a turnê de sucesso "Eras Tour" de dois anos - que concluiu em dezembro passado com uma arrecadação de mais de 2 bilhões de dólares (R$ 11,4 bilhões) após 179 concertos de mais de três horas cada um -, que lhe permitiram "comprar" sua música, acrescentou.
Além disso, Swift também agradeceu ao fundo de capital Shamrock por concordar em negociar com ela. "Era um acordo comercial para eles, mas realmente sinto que entenderam o que isso significava para mim: minhas memórias e meu suor e minha escrita e minhas décadas de sonhos", afirmou.
A disputa acalorada, somada à determinação da cantora para regravar seus primeiros discos, abriu uma discussão sobre quem é o proprietário do trabalho de uma artista, além das condições em que os jovens talentos assinam seus contratos.
O proprietário dos lucrativos "masters" - material original usado para criar discos, CDs e cópias digitais - tem poder para determinar como as músicas são vendidas e reproduzidas.
O selo de Nashville Big Machine publicou "Fearless" em 2008, o primeiro grande sucesso que mesclava pop e country que renderia quatro Grammys a Swift, incluindo o de Melhor Álbum do Ano, que vendeu mais de 10 milhões de cópias nos Estados Unidos.
Pouco antes de o desentendimento entre Swift e Braun se tornar público, a estrela assinou um novo grande contrato com o grupo Universal Music, que lhe deu o controle de seus 'masters' dali em diante.
L.Johnson--TNT