The National Times - Espanha vislumbra fim dos incêndios, Portugal perde mais um bombeiro

Espanha vislumbra fim dos incêndios, Portugal perde mais um bombeiro


Espanha vislumbra fim dos incêndios, Portugal perde mais um bombeiro
Espanha vislumbra fim dos incêndios, Portugal perde mais um bombeiro / foto: © AFP

O fim dos grandes incêndios que assolaram a Espanha durante duas semanas, que deixaram quatro mortos e devastavam mais de 350.000 hectares, "está muito mais próximo", afirmou neste sábado (23) a diretora espanhola de Proteção Civil e Emergências, enquanto Portugal anunciou a morte de um bombeiro, sua quarta vítima das chamas.

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"Já falta menos e o fim está muito mais próximo" na Espanha, explicou Virginia Barcones à televisão pública TVE, ressaltando que os incêndios são muito "traiçoeiros" e que "é preciso fazer um último esforço para acabar com esta situação terrível".

Barcones explicou que restam "18 incêndios florestais ativos, destes, 17 estão em situação operacional 2" — representando um perigo para pessoas e residências — e preocupa "especialmente" o de Igüeña, na província de León, região noroeste de Castilla y León.

Apesar disso, "o sentimento geral é de melhora, de evolução favorável, de que já falta menos", insistiu.

Mais de 350.000 hectares pegaram fogo na Espanha nas últimas duas semanas, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), a grande maioria dos 406.000 que queimaram no acumulado do ano, um recorde anual desde que os registros começaram em 2006.

Centenas de pessoas e várias localidades seguem evacuadas devido à ameaça das chamas, mas muitos moradores puderam retornar às suas casas nas últimas 24 horas.

Os grandes incêndios afetaram especialmente toda a parte oeste do país, sobretudo as regiões de Galícia, Castilla y León e Extremadura.

O fogo teve início em meio a uma onda de calor que durou 16 dias e deixou temperaturas de 40ºC em todo o país, e até 45ºC em vários pontos do sul.

Com o fim da onda de calor, maior umidade e ventos menos intensos, "as condições são mais favoráveis" para a extinção, insistiu Barcones.

- Reforços europeus retornam a seus países -

Como demonstração de progresso, as autoridades da Galícia anunciaram que o pior incêndio na região desde que há registros foi estabilizado.

"A principal notícia do momento é que o incêndio florestal de Larouco-Seadur, que afeta cerca de 30.000 hectares, foi estabilizado", explicou o governo regional galego em um comunicado.

Também foi cercado o grande incêndio de Jarilla, que consumiu parte da província de Cáceres.

Com isso, alguns meios enviados pelos europeus começaram a retornar aos seus países.

"Os Canadair partiram esta manhã para a Itália", disse Barcones em uma coletiva de imprensa, em referência a dois aviões de combate a incêndios italianos, antes de agradecer ao parceiro europeu.

Equipes de nove países permanecem na Espanha com seus meios aéreos e terrestres, entre eles França, Alemanha e Finlândia.

- Bombeiro morto em Portugal -

Em Portugal, um bombeiro morreu devido aos ferimentos sofridos na luta contra os incêndios florestais que afetam o país, lamentou a presidência neste sábado, sobre a quarta morte causada pelas chamas neste verão.

Em um comunicado, a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu seus pêsames à família do bombeiro "que tragicamente perdeu a vida na sequência do combate direto aos incêndios florestais no concelho do Sabugal", na parte norte do país.

Segundo a imprensa portuguesa, o homem tinha 45 anos e trabalhava para uma empresa privada de combate a incêndios.

Portugal combate vários incêndios florestais que consumiram cerca de 60.000 hectares, apesar de uma diminuição nas temperaturas que melhorou a situação, segundo a Proteção Civil.

De acordo com dados do EFFIS, cerca de 278.000 hectares foram devastados desde o início do ano em Portugal.

Em 2017, o recorde de mais de 563.000 hectares foram reduzidos às cinzas em incêndios que deixaram 119 mortos.

A Península Ibérica é fortemente afetada pela mudança climática, que provoca ondas de calor e secas mais prolongadas, secando a vegetação e favorecendo os incêndios florestais, segundo especialistas.

H.Davies--TNT