The National Times - Chefe dos escoteiros da França renuncia por ataques homofóbicos

Chefe dos escoteiros da França renuncia por ataques homofóbicos


Chefe dos escoteiros da França renuncia por ataques homofóbicos
Chefe dos escoteiros da França renuncia por ataques homofóbicos / foto: © AFP/Arquivos

A presidente dos escoteiros da França, Marine Rosset, anunciou sua renúncia, nesta quarta-feira (6), devido a ataques homofóbicos, menos de dois meses após sua eleição à frente deste movimento juvenil católico.

Alterar tamanho do texto:

Em meados de junho, sua eleição por ampla maioria despertou a ira de vários sites de extrema direita e algumas reações duvidosas dentro da Igreja católica na França.

"A situação ficou insustentável e meu propósito é proteger o movimento", explicou a mulher de 39 anos ao jornal católico La Croix. "Também me demiti para proteger a minha família", acrescentou.

Rosset é vereadora socialista em Paris, mãe de um filho e pró-aborto. Em sua opinião, uma eleição legislativa parcial em seu distrito eleitoral, prevista para setembro e à qual ela não se candidatou, poderia ter intensificado as críticas.

"A menor das minhas intervenções teria sido vigiada. Mas era realmente importante para mim que o movimento não se reduzisse apenas à minha pessoa: ele é maior do que eu. Eu não queria prejudicá-lo de forma alguma", explicou.

A mulher denuncia ataques diários nas redes sociais, que desejam inclusive o seu "desaparecimento". "As críticas ao meu compromisso político eram muitas vezes uma forma de me criticar sem mencionar a minha homossexualidade", acrescenta.

Com mais de 100 mil membros e 900 grupos, o movimento Scouts et Guides de France (SGdF) é a primeira associação francesa de escotismo, à frente das mais conservadoras Scouts unitaires de France e Scouts d'Europe.

Em um comunicado, este movimento denunciou os ataques, "especialmente homofóbicos", contra a sua ex-presidente, e considerou que sua demissão permite preservar a "dimensão apartidária" da SGdF.

Os crimes contra as pessoas LGBTQIA+ aumentaram 5% na França em 2024, segundo dados oficiais. As associações de defesa da comunidade denunciam um clima "tóxico", no qual alguns discursos políticos fomentam "atos de ódio".

D.Cook--TNT