The National Times - ELN suspende bloqueio armado após críticas do governo

ELN suspende bloqueio armado após críticas do governo


ELN suspende bloqueio armado após críticas do governo
ELN suspende bloqueio armado após críticas do governo / foto: © AFP/Arquivos

A guerrilha do ELN anunciou nesta terça-feira a suspensão de um bloqueio armado que teve início no fim de semana no oeste da Colômbia, após ser acusada pelo governo e por mediadores de descumprir as tréguas acordadas nas negociações de paz.

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A Frente de Guerra Ocidental Omar Gómez decidiu encerrar o bloqueio armado a partir da 0h local desta quarta-feira (14), anunciou nesta tarde o Exército de Libertação Nacional na conta da sua delegação de paz na rede social X.

“Agradecemos a todos os moradores que atenderam ao chamado, e não houve incidentes”, acrescentaram os rebeldes, que negociam em Cuba com o governo do esquerdista Gustavo Petro.

Anunciado na última sexta-feira, o bloqueio obrigou milhares de habitantes do departamento de Chocó a se confinarem, segundo a Defensoria do Povo, órgão estatal que zela pelos direitos humanos.

O ministro do Interior, Luis Fernando Velasco, criticou hoje duramente os rebeldes, que acusou de violarem o cessar-fogo bilateral vigente desde agosto.

Mais cedo, a Defensoria do Povo e a Igreja Católica somaram-se à rejeição do governo, que chamou ontem de "deslealdade" a arremetida armada na região do Pacífico.

"Já não sabemos, do nosso papel de acompanhamento, o que fazer, porque sentimos que há uma zombaria, que não há uma palavra firme", criticou o bispo de Istmina (Chocó), monsenhor Mario de Jesús Álvarez, em entrevista à Blu Rádio. "É uma deslealdade aos acordos" da sexta rodada de negociações em Havana, em que a trégua foi prorrogada até agosto, ressaltou.

Na mesma linha, o comissário de paz, Otty Patiño, questionou a vontade de paz do ELN e do Estado-Maior Central (EMC), principal dissidência das Farc, com a qual o governo dialoga desde outubro.

Embora as partes tenham acordado uma trégua até julho, o EMC realiza ações armadas em Cauca, Valle del Cauca e Nariño. "O cessar-fogo não permite a prática de crimes, muito menos contra a população", advertiu Patiño.

E.Cox--TNT